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We Went Back (2020) – Resenha

We Went Back traz uma história curta, tensa, e com um gostinho de quero mais.

Desenvolvido pela Dead Thread Games, e lançado em abril de 2020, We Went Back te coloca no papel de um membro de uma estação espacial, que é tirado da criogenia automaticamente pelos sistemas do local, que avisa que há uma forma de vida detectada lá dentro.

Para ajudar, você se encontra sozinho, sem muito o que entender ou absorver, que não seja começar a explorar o local.

Logo no início, você já percebe que se encontra em uma estação fixada na lua (o que não é difícil de adivinhar já pela tela de título do jogo), e que deve conseguir a senha para abrir a porta de saída da estação. E a exploração começa…

Foco na Exploração

Após passar por algumas câmaras e ambientes, você abre a última porta, e volta ao ponto inicial do jogo, junto às câmaras criogênicas. E aqui já temos a clara influência que P.T. tem nos jogos de terror até hoje.

Assim como em P.T., você passa várias vezes pelas mesmas salas, com pequenas (às vezes não tão pequenas) mudanças no ambiente, que te dão algumas dicas sobre o que pode ter acontecido por ali.

Uma janela rachada em uma estação lunar não é boa notícia

As mudanças no ambiente não te dão apenas dicas do que aconteceu, mas também te permitem a procura pela senha de acesso do terminal, que te trará a fuga da estação. A cada loop completo, você consegue mais uma peça do quebra-cabeças.

E não se preocupe se passar despercebido por algum item importante, pois o jogo vai te mostrar que você deve encontrar algo por ali. Não há nenhuma orientação explícita sobre o que deve ser feito, mas o jogo é intuitivo o suficiente para que este artifício não seja necessário.

Seria We Went Back uma versão alternativa de Among Us?

Claro que a exploração não será como um passeio no parque. Várias coisas bizarras e tensas acontecem para manter o clima tenso.

O terror e a ameaça de We Went Back

Lembra que o sistema da estação te tira da criogenia por ter detectado uma forma de vida lá dentro? Pois então, logo na segunda passagem pelas câmaras, você já tem um vislumbre da criatura, passeando pela janela, do lado de fora.

Após isso, há alguns encontros com ela, que te deixam tenso, mas no fim das contas, servem apenas para enriquecer a exploração do cenário.

E aí, você vai ou fica?

Mas o que mais causa terror no jogo são, realmente, a mudanças no cenário. Como temos pouca interação com a criatura, a estação e o loop das câmaras trazem o que é preciso para te deixar no clima do terror. Temos em We Went Back desde trajes espaciais acompanhando seus movimentos até cobaia de laboratório aparecendo e desaparecendo de seus compartimentos.

Coisas inanimadas olhando para você já é clichê…mas fala que não dá medo?

No fim das contas, fica evidente que o foco do jogo é explorar, preocupado tanto com as mudanças no ambiente, quanto nos detalhes que os desenvolvedores deixaram no caminho.

Vários detalhes…

Já que o foco de We Went Back é na exploração, os desenvolvedores certamente se preocuparam em deixar vários detalhes e nuances, para que os jogadores possam ter mais detalhes da história do jogo.

E como os bons jogos de exploração, ele nos deixa com mais perguntas que respostas.

Esta é a representação do que foi gravado no Golden Record, e colocado nas duas sondas Voyager, dando nossa localização e incluindo muitas informações sobre a Terra e a vida no planeta

Mesmo que não impeça o andamento do jogo, muitas dicas escondidas levam ao que precisa ser feito no final, para concluir a história. Muitas referências da vida real são colocadas nestas dicas, como informações da capa do Golden Record feito pela NASA, e enviadas nas sondas Voyager 1 e 2, e informações relacionadas a Giordano Bruno, filósofo italiano que questionou o geocentrismo, e foi condenado por heresia.

Apesar de várias referências, elas não afetam o final, ou desenrolar a história.

“A geometria sagrada conhece tudo” (The sacred geometry knows all), escrito em binário. Uma pequena dica de como avançar no jogo, mas We Went Back é intuitivo o suficiente para não ser impeditivo para prosseguir

Tempo de jogo e fator replay

We Went Back é um jogo curto. Em cerca de 30-35 minutos, é possível terminar e explorar bem o jogo. Mas se for fazer mais de uma rodada, para conseguir todas as conquistas, é possível gastar mais uns 15 minutos.

Jogar novamente não traz muitas novidades, apenas a possibilidade de pegar alguns finais diferentes, mas que não afetam a experiência de forma geral. Mas, de qualquer forma, como é um jogo curto, vale apena fazer mais uma ou duas jogadas, para pegar todos os finais e as conquistas.

Algumas informações podem mais confundir do que clarear. Acha que estamos em 1969? Veja de novo…

Conclusão

We Went Back consegue te prender e te deixar tenso e pensativo, após passar por todos os finais. No quesito terror, temos alguns pontos interessantes, e momentos tensos, mas este se perde um pouco frente às discussões e ideias que temos, para tentar entender o que, de fato, aconteceu.

Não sabemos ainda se We Went Back é apenas um jogo de “entrada” da Dead Thread Games no mercado, ou se faz parte de um projeto maior. Mesmo assim, o desenvolvimento do cenário e do jogo nos faz querer um pouco mais deles, e quem sabe, esperar um projeto completo.

Não acharia ruim um We Went Back completo, com várias horas de duração, baseado neste primeiro “teaser”.

O jogo é gratuito, e pode ser baixado no Steam.

E você, gosta de jogos de terror sci-fi? Confira nossa resenha de Duskers.

About Fernando Lobo

Fã de jogos de Terror desde que colocou as mãos em uma cópia de Resident Evil, no Sega Saturn, em 1996. Consumidor frequente de literatura de terror e ficção, busca sempre novos autores neste nicho. Jogo preferido: Silent Hill 2. Livro preferido: O Iluminado.