Duskers (PC – 2016) – Resenha

Com visual simples e imersivo, Duskers mostra que o horror pode se manifestar muito bem em qualquer cenário.

 

Duskers

Você consegue sobreviver tempo suficiente na vastidão do espaço, para descobrir o que tornou o universo num imenso cemitério? Venha para Duskers, e descubra.




O computador inicia, e faz a verificação do sistema e da nave. Tudo está funcionando bem. Ou quase tudo. Na última verificação, um sinal vermelho indica na tela: Você tem pouco combustível para avançar.

 

Outra informação mostra o quão sozinho você está no universo: “crew size: 1” (tamanho da equipe: 1)

 

Você sozinho no Universo, com 6 dias de combustível. Bem animador.
Você sozinho no Universo, com 6 dias de combustível. Bem animador.

 

O início

 

E assim o jogo começa. Em Duskers, você está sozinho, em um universo com vários sistemas estelares, onde, em todos eles, não se encontra nenhum outro ser humano vivo, apenas naves abandonadas.

 

Assim, deve-se seguir de nave em nave, buscando recursos para continuar sua jornada, enquanto vasculha os sistemas de comunicação das naves, em busca de pistas do que ocorreu para tudo acabar assim.

A jogabilidade de Duskers

 

O grande detalhe do jogo é como essa exploração é feita. O protagonista nunca vasculha as naves pessoalmente. Para isso, ele faz uso de drones (robôs), controlados remotamente através de um console de comandos do computador da nave.

 

Visão principal do console, mostrando o mapa da nave
Visão principal do console, mostrando o mapa da nave

 

Na tela de seu computador, você tem o mapa da nave em que está atracado, e a posição de seus drones. Além disso, você também pode contar com a transmissão de vídeo de cada um deles, apoiando a visualização da nave.

 

Cada drone tem um tipo de “visão” diferente, que pode facilitar ou dificultar a visibilidade interna.

 

Cada drone tem sua visão específica
Cada drone tem sua visão específica

 

 

Ao focar em um dos drones, você tem a transmissão de vídeo dele, e pode movimentá-lo utilizando as setas do teclado. Mas esta é a única ação que você consegue realizar fora do console de comandos da nave.

 

Todas as outras ações, seja abrir uma porta, ou usar alguma funcionalidade, devem ser feitas através dos comandos. A movimentação dos drones pode ser feita também via comandos, do tipo “navigate 1 r2”, mas eles não são lá aquelas coisas para achar rotas, e muitas vezes você tem que controlá-los manualmente, para desviar daquela parede que ele insiste em atravessar.

 

Isto garante ao jogo uma imersão incrível, principalmente se você estiver jogando num quarto escuro, utilizando seus fones de ouvido. Esta imersão acaba sendo quebrada apenas pela forma como a visão dos drones é mostrada, de cima. Se fosse uma visão em primeira pessoa, a imersão seria perfeita!

 

Para quem gosta de jogos de estratégia, onde parar e pensar por alguns (vários) minutos é essencial, Duskers é um prato cheio. Já os mais agitados podem achar entediante.

Os perigos de Duskers

 

As naves estão infestadas por seres desconhecidos, que atacarão os drones sem hesitação ao avistá-los. Para nossa tristeza, nossas máquinas possuem poucos recursos para fazer um enfrentamento direto dessas ameaças. Assim, a melhor solução é evitá-las.

 

Para isso, nossos amigos de metal possuem diversos equipamentos, que nos ajudam a saber se devemos abrir ou não aquela porta logo à frente. Funcionalidades, como o Motion ou Sensor, são de grande importância para a exploração segura daquela nave com recursos a serem obtidos.

 

Motion em ação. Não entre na sala com o marcador vermelho!
Motion em ação. Não entre na sala com o marcador vermelho!

 

 

Mas não são apenas esses seres os inimigos em Duskers. O próprio ambiente hostil do espaço é um perigo à parte. Você pode explorar tranquilamente uma nave, quando o computador alerta que uma colisão com meteoro ocorrerá em poucos minutos.

 

A decisão de avançar mais um pouco ou voltar imediatamente para a segurança de sua nave pode significar a vida ou morte no jogo.

 

Prestar atenção aos sons na nave é essencial, pois eles vão te dar uma pista de que algo (de ruim) está prestes a acontecer.

 

Outra preocupação constante é a do desgaste dos equipamentos, a cada missão em que são utilizados, eles se desgastam, aumentando cada vez mais a chance de quebrá-los.

Os Objetivos

 

Como todo bom jogo de Survival Horror, seu objetivo primário é sobreviver, gerenciando os poucos recursos disponíveis, obtidos entre uma missão e outra. No começo é simples, mas à medida que os dias passam, você precisa escolher entre gastar seus recursos para recuperar a saúde do drone, ou impedir que aquele equipamento tão vital se quebre pelo uso.

 

O segundo objetivo é tentar descobrir o que causou toda essa destruição. Em algumas naves, o computador consegue recuperar fragmentos das comunicações, dando algumas dicas sobre o que ocorreu.

 

Para avançar em algumas informações, alguns objetivos devem ser alcançados, como escanear todas as salas de uma nave militar (não, não é nada simples).

 

Há alguns objetivos específicos, para avançar nas descobertas.
Há alguns objetivos específicos, para avançar nas descobertas.

 

Conclusão

 

Com uma imersão incrível, Duskers une muito bem a temática sci-fi com o horror de sobrevivência. Apesar de o protagonista não entrar diretamente em campo e enfrentar pessoalmente os perigos, é palpável a preocupação e o cuidado que deve se ter com os drones, sua única esperança de sair vivo de lá.

 

O jogo cumpre bem ao que se propõe: entregar ao jogador um mundo perigoso, com poucos recursos disponíveis, e um grande sentimento de solidão. Ver todos os seus drones destruídos ou desabilitados por um inimigo que estava atrás daquela porta, que você abriu de forma descuidada, passa realmente a sensação de que “agora tudo se acabou”, enquanto você, desconsolado, esfrega as mãos no rosto.

 

Ainda bem que tem o comando [R]eset…

 

Duskers está disponível para Windows, Mac ou Linux. Você pode adquiri-lo através do Steam, ou do GOG.com

 

 


  • Do que mais gostamos: Da imersão proporcionada
  • Do que menos gostamos: Dos drones não vencerem algum obstáculo de fácil transposição

 

 

About Fernando Lobo

Fã de jogos de Terror desde que colocou as mãos em uma cópia de Resident Evil, no Sega Saturn, em 1996. Consumidor frequente de literatura de terror e ficção, busca sempre novos autores neste nicho. Jogo preferido: Silent Hill 2. Livro preferido: O Iluminado.