Devilman Crybaby – A renovação de um clássico

De volta ao início (ou fim)

A Netflix curvou-se a insanidade e reimaginou a trama mais cruel e crítica à existência humana. Devilman é um mangá escrito e ilustrado por Go Nagai e originalmente publicado de 11 de junho de 1972 a 24 de junho de 1973 na revista Shōnen.

– Por que assistir isso?

– Cara, só continue assistindo.

A história gira em torna de Akira Fudo, um garoto tímido e subestimado, que após a morte de seus pais, é levado para morar com outra família. O cotidiano tradicional de Akira logo é interrompido com a chegada de seu amigo de infância Ryo Asuka, um pesquisador renomado a frente de seu tempo. Ryo convence Akira que a crença em demônios pode ser justificada. Ele conta que seu pai, ao explorar um antigo templo da civilização Maia, morreu após descobrir a conexão do plano humano com o dos demônios e, que essas criaturas estariam invadindo nossa realidade.

Ryo tinha um plano para evitar tal catástrofe, “para lutar contra o mal, você deve ser o mal”. Com isso ele utilizou Akira, que era puro em sua inocência, para um ritual devastador fazendo com que seu amigo fosse possuído pelo demônio da guerra, Amon. E Assim nasceu a lenda do Devilman, o demônio com o coração humano.

Animação ruim? Desenvolvimento perfeito?

Muitas das críticas iniciais foram principalmente sobre a qualidade da animação. Porém é possível interpretar um movimento estilístico abstrato, onde principalmente nas cenas de ação os personagens adquirem proporções anatômicas irreais. Mas fica claro que o traço alternativo é porta de entrada para o um conceito muito utilizado ao longo da série, a metáfora.

Os personagens em geral são muito carismáticos, é possível se identificar mesmo sem conhecimento algum sobre eles. Até o mais isolado acaba sendo importante para o envolvimento emocional com a obra. Cada episódio expande ainda mais a ambientação atingindo patamares inimagináveis derivados das ações dos personagens.

A trilha sonora é outro fator que não fica para trás, mesmo a abertura um pouco destoante procura criar um sentimento nostálgico. As músicas compostas principalmente de sintetizadores e batidas ritmadas emulando o estilo eletrônico progressivo que dialoga perfeitamente com cenas psicodélicas.

Onde Deus está?

Uma bela mensagem de Deus ao Diabo, ou algo maior ainda para a sociedade. Mesmo adaptado de uma animação da década de setenta, Devilman Crybaby, além de ser uma obra totalmente adulta, se encaixa perfeitamente nas atitudes que cultivamos atualmente. Criando um paradoxo em que mundo pode ser resumido em apenas um conceito, algo incompreensível até mesmo para aqueles que o compreende.

Deixe aí nos comentários a sua opinião sobre Devilman Crybaby.

“Seus medos estão nas sombras”

About Felipe Amaral

Aspirante a game designer, adepto ao culto lovecraftiano, amante de livros, games, cinema e HQ’s. Guarda uma cópia autografada do Necronomicon na estante.