O Despertar (2011) – Resenha

Dirigido por Nick Murphy, O Despertar, que em inglês é The Awakening, traz um suspense de época, com uma bela fotografia, um elenco coerente, com um ritmo que pode ser lento para alguns e na medida certa para outros.

Mesmo já tendo 9 anos desde a sua estreia, vamos relembrar esse longa um tanto quanto injustiçado na época do seu lançamento, e que divide o público entre os que adoraram a obra, e outros que a acharam sem graça e mais do mesmo.

Como toda boa resenha aqui no site, vamos conferir o trailer antes…

Enredo

O longa se passa em 1921, logo após a Primeira Guerra Mundial, onde somos colocados em uma Inglaterra triste e cheia de perdas decorrentes da guerra e da gripe. Uma época onde as pessoas buscavam desesperadamente qualquer forma de se conectar com seus entes queridos já falecidos.

Neste cenário somos apresentados a Florence Carthcart, que perdeu seu noivo durante a guerra e passa a vida desmascarando charlatões que tentam ganhar algum trocado com formas de entrar em contato com o além vida.

Observação: Entre 1914 e 1919, a guerra e a gripe levaram mais de um milhão de vidas só na Grã-Bretanha.

Conclusão: Essa é uma era de fantasmas

Cathcart, Florence. Além dos Fantasmas. p.7

A citação acima, é trecho do livro escrito pela protagonista. O mesmo livro leva Florence até uma escola de garotos, no interior da Grã-Bretanha, onde, após o misterioso falecimento de um dos alunos, a escola tem sido assombrada.

Dessa forma, cabe a senhorita Cathcart descobrir o que está acontecendo.

Desenvolvimento

O Despertar transcorre como todo bom filme de suspense, lento no começo e vai aumentando sua intensidade e imersão aos poucos. Alguns sustos pontuais ocorrem acompanhados da trilha sonora que denuncia o jump scare, mas que não afeta em seus efeitos.

Mesmo que a atuação permita que os personagens exibam seus traumas e problemas particulares, senti falta de me conectar um pouco mais com alguns personagens, como o Robert Mallory e Maud Hill, mas, nada que de fato estrague a experiência.

Além de personagens que são pouco explorados, mesmo tendo grande influência no longa, como o professor Malcom McNair (Shaun Dooley) e o zelador Edward Judd (Joseph Mawle).

O filme poderia muito bem ter um pouco mais de duração que não afetaria em nada na obra e que, com certeza, o enriqueceria muito.

Elenco

Mas vamos falar um pouquinho sobre o elenco de O Despertar. Rebecca Hall interpreta a fria e indiferente, porém, doce e triste, Florence Cathcart. Autora do livro fictício “Além dos Fantasmas”, como também uma “caça-fantasmas”.

Sua atuação é clara em nos mostrar todas as facetas de Florence, em pequenos gestos e ações, exibindo seus traumas e seus desejos.

Dominic West interpretou o manco professor Robert Mallory, ex-combatente na Primeira Guerra Mundial. Um personagem charmoso e um tanto quanto… misterioso, o que não passa despercebido por Florence e nem pelos espectadores.

A nossa querida, ou nem tanto para os fãs de Harry Potter, atriz Imelda Staunton interpretou a estranha e fofa governanta Maud Hill. Uma mãe para Cathcart e para os garotos da escola, apesar de seu jeito excêntrico.

Para alguns, a atriz de renome poderia ter sido melhor aproveitada e explorada, e como deixei claro no tópico acima, também senti falta de conhecer um pouco mais a personagem.

Isaac Hempstead Wright, na época com apenas 11 anos, deu vida ao pequeno Tom, um garotinho muito simpático, curioso e um tanto quanto enigmático. Para refrescar a memória de alguns, ele também interpretou Bran Stark na série Game of Thrones.

À direita, Issac como Bran Stark, e à esquerda como Tom em O Despertar

Para finalizar…

Tomarei a liberdade de citar a frase de uma crítica que li sobre ele no IMDb, que diz assim:

[…] An elegant, solid but expected ghost story.

Traduzindo ao pé da letra a frase diz: “Uma história de fantasma elegante, sólida, porém, previsível”, o que, infelizmente, não está errada.

Apesar de ser um filme belíssimo, com uma fotografia rica e uma paleta de cores com baixíssima saturação, remetendo o tempo todo a algo “relativamente” antigo, o longa não nos agracia com nada além do roteiro comum.

Porém, para os apaixonados por filmes de época (como eu), e apreciadores de longas que nos fazem pensar para compreender a obra, O Despertar é um filme gostoso de ser visto e revisto. Eu mesma já perdi a conta de quantas vezes já assisti ao filme.

Para aqueles que tiverem interesse em ler a crítica citada, basta clicar aqui. Além do mais, se você gostou de A Bruxa e Boa Noite, Mamãe, que também possuem ritmos lentos e plot twists interessantes, vai gostar de O Despertar.

Seu medos estão nas sombras…

About Larissa Chewanko

Amante do Terror e do Sci-fi desde criança, quando começou a assistir filmes como Chucky: o Boneco Assassino e Blade Runner. Medrosa de carteirinha, mas que gosta de passar medo jogando os games das suas sagas favoritas: Fatal Frame e Silent Hill. Apaixonada por jogos indies, livros, sorvete, gatos e RPG!