Baseando-se na famosa franquia Fatal Frame, DreadOut traz uma mecânica de jogo e história interessantes que, apesar de um pouco de dificuldade, consegue se sustentar por si só.
DreadOut
DreadOut é um jogo criado pela empresa indonésia Digital Happinness, lançado em 15 de maio de 2014, para PC, Mac, PlayStation 4 e Xbox One.
O jogo está dividido em Atos, sendo que a intenção da desenvolvedora foi lançar cada ato separadamente. Desta forma, vamos fazer uma análise separada por Atos, e esta resenha terá com o foco nos Atos 0 e 1.
O Ato 0 serve apenas como introdução, uma vez que era a “demo” do jogo antes de ser lançado oficialmente o primeiro Ato. Com ele, conseguimos ter uma introdução das mecânicas do jogo, e o que podemos esperar daqui pra frente.
Claramente inspirado no jogo Fatal Frame, percebemos logo de início que o celular será de suma importância para o avanço e proteção da protagonista, Linda.
Aliás, não apenas a câmera tem inspiração no jogo da Tecmo, mas também o próprio estilo gráfico e as mecânicas do jogo, com algumas identidades próprias.
O smartphone de Linda serve tanto para tirar fotos, quanto para iluminar o ambiente (bendita bateria infinita!), necessário em vários pontos do cenário.
O Ato 0 é bem curto, servindo mesmo para aprender o mecanismo do jogo e iniciar sua ambientação. Assim que acaba, o Ato 1 dá início.
História de DreadOut
Linda e seus colegas, junto com a professora de sua turma, estão em uma viagem de carro de férias, quando erram o caminho e acabam em uma ponte bloqueada.
Não demora até que eles encontram uma trilha pela mata, e então todos seguem a pé para descobrir o que há do outro lado. Ao chegarem, deparam-se com uma cidade abandonada, onde continuam explorando, até chegar a uma enorme escola.
A professora e os alunos decidem investigar o interior do prédio abandonado, enquanto Linda e sua melhor amiga Ira ficam conversando do lado de fora.
Após muito tempo aguardando, a professora e os alunos saem, mas um deles desaparece. Todos entram novamente na escola, à procura do rapaz, quando Ira começa a agir estranhamente, e então Linda encontra-se sozinha e presa na escola.
E o jogo, em si, começa.
Pouco é possível decifrar da história do jogo neste primeiro ato, a não ser observar alguns registros encontrados pela escola, e se deparar com o espírito de algumas mulheres estranhas.
No geral, ficou na medida certa para atiçar a curiosidade do jogador, e instigá-lo a continuar jogando os próximos Atos.
Mecânica e jogabilidade
A visão em DreadOut é em terceira pessoa, vista num ângulo de trás de Linda (conhecida como a visão “sobre os ombros”), o que te dá a liberdade de visualizar qualquer parte do cenário. Quando a câmera é ativada, o jogo muda para a perspectiva da personagem.
A movimentação é fluída, seguindo a jogabilidade neste estilo de visualização. O ambiente escuro e a necessidade da lanterna causa problemas já conhecidos em outros jogos, que é o de não conseguir enxergar nada em alguns pontos do cenário, principalmente próximo a paredes ou entradas, mas não estraga a experiência.
Em DreadOut, Linda consegue correr para escapar dos inimigos, mas não consegue pular. Algumas passagens estreias podem dar aquele desespero de não conseguir passar de primeira, enquanto o inimigo se aproxima por trás.
Caso esteja perdido e não saiba qual é o próximo objetivo, é possível consultar o diário, que mostrará o que deve ser feito.
Os registros são incluídos do mais recente para o mais antigo, ou seja, a situação atual é a que aparece na primeira linha do diário.
Enfrentando os Inimigos
Assim como em Fatal Frame, os fantasmas devem ser combatidos utilizando sua câmera. Quando um inimigo está por perto, a tela fica envolta numa borda vermelha. Resumindo, é preciso agir, ou correr.
Para enfrentar os inimigos, é preciso da câmera. Ao tirar uma fotografia, o inimigo é atingido. Mas não é em qualquer posição que funciona. Para conseguir atingir o fantasma, é preciso esperar o momento certo, indicado pelas falhas na tela do celular.
Nem sempre apenas uma foto resolve, então é preciso posicionar-se novamente, e tirar uma nova foto. Quando o inimigo finalmente é derrotado, ele para de te perseguir, e começa a desaparecer.
Se o fantasma se aproximar o suficiente, ele te atinge. Dependendo da força do inimigo, é preciso ser atingido algumas vezes para ser derrubado.
Nesta situação, você não morre, mas aparece num local escuro, rodeado por velas azuis, e uma luz azulada ao fundo.
Para retornar, é preciso chegar à luz, que se distancia cada vez que você volta para este local. Ou seja, em DreadOut, quanto mais você for derrotado, mais longe a luz de retorno ficará!
E aqui está uma mecânica falha de DreadOut! Ao retornar, você volta EXATAMENTE onde foi derrubado. Em alguns pontos específicos do mapa, isso é bastante prejudicial, pois várias vezes morri por não ter espaço adequado para me afastar do fantasma e conseguir tirar a foto corretamente, me fazendo morrer de quatro a cinco vezes seguidas.
Aliás, os espaços estreitos realmente são uma dificuldade à parte. No primeiro chefe do jogo, Após conseguir atingi-lo umas três vezes, ele entra num modo “berserker”, e me persegue rapidamente sem parar. Como o espaço dentro da sala era muito pequeno, ficava muito difícil se afastar, virar e conseguir focalizá-lo na distância certa para a falha da câmera aparecer.
Itens
Para ajudar na empreitada, Linda encontra diversos itens e documentos pelo cenário. Alguns itens são apenas para dar imersão na história, outros são mandatórios para evoluir no jogo, enquanto outros ajudam a melhorar sua vida e sua força para enfrentar os inimigos.
Sempre que um item ou ponto de interesse estiver próximo, a tela fica envolta numa borda azul, facilitando para o jogador encontrar estes itens.
Apesar de não usar diretamente nenhum dos itens, é possível vê-los no inventário. Se você tiver o item necessário para determinada parte do mapa, Linda o utilizará automaticamente.
Ambientação
A ambientação de DreadOut é competente, e ajuda a ter a imersão necessária para se sentir na pele da protagonista.
Apesar disso, alguns pontos atrapalham, como vários objetos e texturas com resolução mais baixa, para os padrões atuais dos jogos.
Outro ponto que pode atrapalhar um pouco também são objetos que “piscam” quando você está na visão da câmera.
Se a parte gráfica não ajuda 100%, o som é bastante convincente. A música ambiente consegue te deixar sempre tenso. Os sons dos inimigos próximos também ajudam a manter a paranoia, querendo sempre saber de onde ele está vindo. A dublagem em inglês também está bem feita.
Falando em dublagem, DreadOut disponibiliza dublagens em inglês e em indonésio. A sincronia labial dos personagens não é muito boa, mas parece se adequar mais à dublagem inglesa.
Já os textos possuem configuração para diversos idiomas, incluindo o Português, o que ajuda bastante para os que ainda tem dificuldade com o inglês.
A tradução para o português está bem feita, e não encontrei nenhum erro grosseiro.
Nas minhas configurações, decidi colocar os textos em português, e a dublagem em inglês, o que está bastante satisfatório.
Conclusão
Apesar da referência e inspiração clara a Fatal Frame, DreadOut é um jogo que consegue caminhar por si só, utilizando bem as referências da cultura indonésia, e trazendo bons mecanismos de jogo, apesar de algumas falhas bastante aparentes e irritantes.
Fique ligado na resenha do Ato 2, em breve!
A versão jogada para esta resenha foi a versão de PC (Windows).
DreadOut pode ser aquirido para PC, PlayStation 4 e XBox One
Medos relacionados
- O que vem por aí? Lançamentos de Novembro/2023 - 11/11/2023
- O que vem por aí? Lançamentos de Outubro/2023 - 04/10/2023
- Criptacast #39 – Zumbis na Cultura Pop - 28/11/2022
- Criptacast #34 – A Música em Filmes e Jogos de Terror - 27/06/2022
- Novidades da semana (11 a 17/06/2022) - 18/06/2022