Day of the Dead: Bloodline (2018) – Resenha

“Com bons efeitos trash, e personagens burros pra caramba, Day of the Dead: Bloodline não consegue se sobrepor ao clássico de 1985”

Day of the Dead: Bloodline é uma reimaginação do clássico de 1985, escrito e dirigido pelo finado George A. Romero. Antes deste filme, outro remake já havia sido feito, em 2008.

Mas, antes de aprofundar na análise, dê uma olhada no trailer, pra entrar na ambientação!

Confira o trailer!

Day of the Dead: Bloodline – Análise

 

Enredo

Não há muito o que falar, que qualquer consumidor do tema zumbis não conheça. Um vírus desconhecido se espalha pela cidade, trazendo os mortos de volta a vida, em busca de carne humana. Além disso, o vírus , altamente contagioso, toma conta do corpo de forma extremamente rápida, tornando, assim, qualquer mordida praticamente fatal.

A trama gira em torno de Zoe Parker, uma estudante de medicina preocupada com seu estudos. Ela é assediada por Max, um homem que, semanalmente, doa amostras de seu sangue para o laboratório universitário onde Zoe trabalha, na tentativa de conseguir algo com ela.

Naquela mesma noite, Zoe decide participar da festa do setor, e desce com o amigo para pegar bebida, que deixaram dentro da geladeira dos cadáveres, no necrotério.

Após pegar o cilindro, Zoe se encontra sozinha no necrotério, e Max a ataca, tentando fazer sexo com ela. E, neste momento, os mortos começam a se levantar, e o apocalipse começa. Zoe consegue se livrar de Max, deixando-o com o zumbi, enquanto tentar escapar viva da universidade.

E este é o pano de fundo da história, para contar que, cinco anos depois, um grupo de sobreviventes (incluindo Zoe) vive trancado em uma base militar, onde tentam levar a vida da melhor forma possível. Mas, num dia, uma das crianças do abrigo está com uma bactéria que os antibióticos comuns não conseguem combater. Zoe, então, se lembra do laboratório da universidade, e convence a liderança da base a ir até lá, buscar o remédio.

Obviamente, as coisas não dão certo como planejado, e abre espaço para os zumbis entrarem em cena.

Baca, Zoe e Miguel
Baca, Zoe e Miguel

Evolução

Durante a ida ao laboratório da universidade, Zoe desvia rapidamente de seu objetivo e entra sozinha em sua antiga sala, pegando alguns itens pessoais, e outros medicamentos. Ela é atacada por um zumbi, mas não um zumbi comum. Este parecia ter um traço de consciência. Com este ataque, os demais zumbis são atraídos, e o desespero para sair do laboratório começa. Eles não percebem, mas este zumbi incomum consegue se esconder debaixo do carro, e entra na base.

A premissa do filme não poderia ser muito diferente, afinal, algo deveria fazê-los sair da zona de segurança, para termos um filme, no mínimo, tenso. Porém, temos como resultado final um filme que é marcado mais por decisões e ações idiotas dos sobreviventes, do que uma luta para salvar a raça humana.

Junte a isso um monte de personagens perdidos e sem motivação, e teremos uma série de mortes à toa, com pessoas cometendo erros básicos, apenas para espirrar mais um pouco de sangue na tela.

O enredo está dado, e as motivações dos personagens também estão claras. Porém, isto é feito de uma forma um tanto artificial, e pelo nosso conhecimento da mitologia do zumbi e de outros filmes com o mesmo tema. Não conseguimos realmente sentir essas motivações vindas dos personagens, o que atrapalha muito na imersão do filme.

Zoe, nossa protagonista, tenta mostrar o senso de urgência em suas falas e ações. Mas, o produto final mostra apenas uma mulher teimosa, que não escuta os outros, e não aceita opiniões. E não só isso, ela também desafia a autoridade, e faz as coisas por conta própria, sem dar satisfação a ninguém. Por mais que as coisas possam dar certo no final, eu, como expectador, não consegui ficar do lado dela.

Sério, se eu fosse o líder da base, Zoe teria sido presa já na primeira transgressão.

Não seria filme de zumbi sem uma cerca invadida

Efeitos

As maquiagens e efeitos estão bem feitos, e vemos uma clara referência ao cenário trash no geral. Apesar de não ser tão verossímil, já estamos acostumados a ver o sangue espirrando, as entranhas saindo facilmente, e os pedaços de carne sendo arrancados a dentadas pelos zumbis, deixando aquele filete fino, até soltar de vez. Um prato cheio para os amantes do trash e gore de sempre.

A maquiagem do zumbi com consciência ficou muito bem feita, e é um dos pontos interessantes do filme.

Max - maquiagem zumbi
As maquiagens e efeitos foram bem trabalhados

Day of the Dead: Bloodline – Conclusão

Para conseguir apreciar minimamente, temos que fazer concessões a nós mesmos, especialmente para não xingar os personagens no meio do filme. Para ver sem pretensões, Day of the Dead: Bloodline pode agradar com um enredo simples, bastante violência e gore. Porém está muito longe do filme original de 1985, que é uma das maiores referências do tema zumbi. Esta foi a segunda tentativa fracassada de fazer um bom remake de Day of the Dead.

 

Day of the Dead: Bloodline ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.

About Fernando Lobo

Fã de jogos de Terror desde que colocou as mãos em uma cópia de Resident Evil, no Sega Saturn, em 1996. Consumidor frequente de literatura de terror e ficção, busca sempre novos autores neste nicho. Jogo preferido: Silent Hill 2. Livro preferido: O Iluminado.