Fran Bow - Capa

Fran Bow (Multiplataforma – 2015) – Resenha

Com uma arte bem trabalhada, e ambientação bem construída pela Kill Monday, Fran Bow consegue te prender no mundo caótico de uma menina de onze anos.

 

Trailer

Antes de começar a ler, confira o trailer!

 

 

Fran Bow – Enredo

Tudo começa bem

Tudo está bem. Fran Bow é uma garotinha de 11 anos, que vive feliz com seus pais. Mas, em alguns momentos, um ser sinistro aparecia em sua janela. Ela não gosta dele, mas segue em frente.

Uma noite, ela escuta os gritos de sua mãe, e vai ver o que aconteceu. A cena é chocante: seus pais estão dilacerados no quarto. A vil criatura que a persegue é responsável por isso, e Fran foge, até perder os sentidos.

Fran encontra seus pais dilacerados

Quando acorda, está num hospital psiquiátrico

A história de Fran Bow tem uma premissa simples: Ela precisa escapar do monstro que a persegue, e voltar para sua tia Grace, única pessoa da família que pode cuidar dela. Claro que as coisas não são simples como parecem. Afinal, estar presa em um hospital psiquiátrico já é complicado o suficiente para uma criança.

Enquanto tenta encontrar seu caminho até a saída, Fran Bow se depara com diversos personagens, desde outras crianças internadas, até os médicos e funcionários da instituição. Cabe a ela conseguir as informações e direcionamentos para atingir seu objetivo.

Mas não só os adultos estão de olho nela. O ser sinistro a persegue, e fará de tudo para impedir que ela avance em sua jornada.

Graças a seu medicamento, Fran consegue enxergar uma outra realidade, diferente daquela que os outros estão acostumados. E ela vai precisar se acostumar com ela, se quiser sobreviver.

 

O mundo das pílulas não é nada agradável

 

Fran Bow – Jogabilidade

O jogo é no estilo do bom e velho point and click. Você usa o mouse para controlar Fran Bow, fazendo-a caminhar, interagir com objetos e personagens, acessar o inventário, entre outros. Você coleta itens para avançar nos quebra-cabeças, podendo examiná-los, usá-los ou combiná-los com outros itens.

Apesar de não trazer nenhuma novidade neste estilo de jogabilidade, cumpre com precisão o que se propõe a fazer.

Os quebra-cabeças do jogo são relativamente simples, o que pode ser algo bom, ou ruim, dependendo do seu estilo de jogo. Se você é fã de quebra-cabeças, vai se decepcionar com a relativa facilidade deles. Agora, se você é do tipo que quer avançar logo na história, eles estão na medida certa entre a satisfação de resolvê-los, e o pouco tempo necessário para isto.

Outro ponto interessante são os mini-games existentes nos finais dos capítulos. São simples, mas divertidos. Você pode pulá-los e avançar nos capítulos, se desejar, mas se decidir vencer os jogos, você ganhará as respectivas conquistas.

 

Fran Bow – Gráficos

Definitivamente, uma das coisas que mais se destacam em Fran Bow são os gráficos. Todos feitos à mão, eles conseguem trazer uma riqueza de detalhes impressionantes, em especial quando Fran toma as pílulas. O mundo assustador das pílulas consegue te deixar tenso, junto com a protagonista.

Os cenários são muito bem trabalhados, e te dá aquela vontade de tomar as pílulas, só pra ver como será a transformação para o mundo aterrorizante.

Fran Bow - Cenário
A transformação do cenário é muito competente

 

As cores também são competentes, trazendo à tona os sentimentos do local. Em cenários tristes, você percebe uma tonalidade mais pálida, enquanto em locais mais alegres, as cores são mais vibrantes.

 

Fran Bow – Evolução

A história do jogo consegue te prender, e te deixar atento a cada capítulo. Além disso, sempre fica no ar a dúvida se o que está acontecendo é tudo real, ou fruto da imaginação de Fran.

Enquanto alguns pontos te fazem duvidar que tudo é coisa da cabela dela, outras situações nos apresenta uma menina ingênua, e um tanto à vontade em situações que qualquer um de nós consideraria, no mínimo, assustadora. Afinal, quem, em sã consciência, veria um veado sem cabeça, e diria que colocaria novamente sua cabeça no lugar?

E essa é uma das várias coisas bizarras que ela fala durante o jogo, o que sempre te deixa na dúvida em que situação mental ela se encontra. Será uma outra realidade, ou apenas coisa da mente perturbada dela?

 

Até onde podemos confiar na sanidade de Fran?

 

Mas, embora não fique claro até o final, conforme vamos sabendo mais e mais sobre este mundo dela, menos sentimos o terror no jogo. Aqui é uma clara demonstração de que, quanto menos sabemos de algo, mais assustador ele é.

Aqui não temos diversos finais, dependendo de suas escolhas. Apesar de termos opções de respostas para os diálogos, eles pouco ou nada influenciam no avanço da história. Sendo assim, temos um jogo bastante linear.

 

Fran Bow – Sons

Os sons do jogo também são bons, completando a tensão que os gráficos causam. O som que surge quando a transição entre os mundos ocorre é algo que sempre dá um friozinho na barriga.

O que senti um pouco de falta no jogo foram as falas. Não há nenhuma, apenas os textos. Apesar disso, não compromete a experiência geral do jogo.

Além disso, as músicas são ótimas, e conseguem te passar as sensações necessárias, com o avanço do jogo.

 

Conclusão

Para os que gostam de jogos estilo point and click, gráficos estilizados, e um bom suporte a desenvolvedores indie, terá em Fran Bow uma agradável experiência, numa mistura de aventura e terror.

Se você não ficou mal acostumado com os jogos semelhantes da Telltale, Fran Bow é uma boa opção para conhecer, jogar, e ficar discutindo sobre ele durante um bom tempo.

 

 

Fran Bow está disponível para PC (Steam e GoG) , Android e iOS.

Confira a Trilha Sonora de Fran Bow, no Spotify.

 

About Fernando Lobo

Fã de jogos de Terror desde que colocou as mãos em uma cópia de Resident Evil, no Sega Saturn, em 1996. Consumidor frequente de literatura de terror e ficção, busca sempre novos autores neste nicho. Jogo preferido: Silent Hill 2. Livro preferido: O Iluminado.