Renovado, Resident Evil VII – Biohazard, traz o melhor dos survival horror clássicos e dos atuais
Quantas vezes não ouvimos, nas inúmeras discussões de games, que uma franquia deixou de ser o que era? Resident Evil, obviamente, não é uma exceção. Começando em seu primeiro jogo com sustos, quebra-cabeças, e ameaças constantes, a franquia começou a perder, título após título, aquilo que ela mesma ajudou a definir e consolidar no mundo dos games. Aos poucos, Resident Evil deixou de ser um survival horror, e se tornou um jogo de ação, com elementos de terror.
Apesar dos “elementos de terror” ainda estarem lá, há um abismo de diferença entre esses dois gêneros. E os fãs do survival horror estavam praticamente órfãos.
Após o resultado insatisfatório nas vendas de Resident Evil 6, a Capcom afirmou que o próximo jogo da franquia seria uma volta às origens. E o que temos é uma promessa cumprida, em sua maior parte.
A história de Resident Evil VII – Biohazard
Você assume a pele de Ethan Winters, um personagem um tanto misterioso. Não sabemos praticamente nada se sua história, exceto por ele ser casado com Mia Winters, desaparecida há três anos.
Depois de todo esse tempo, Ethan recebe um email de Mia, pedindo que ele a buscasse. O endereço enviado: um rancho na cidade de Dulvey, em Louisiana.
Incŕedulo, mas esperançoso, Ethan parte para buscar sua amada. Após uma procura inicial, ele a encontra, mas logo percebe que nem tudo será tão simples…
Os Bakers
Considerados desaparecidos desde 2014, os Bakers são os antagonistas que te metem medo, de uma forma ou de outra. Desde o início, as ações e comportamentos problemáticos e assustadores dos membros da família já mostram o problema que Ethan tem à sua frente.
Cada um, à sua maneira, representa muito bem a loucura que o ambiente proporciona. E isso, é um problema, porque não basta vagar pela enorme casa, buscando uma saída. Você ainda tem que escapar das investidas e perseguições dos Bakers.
O mais desesperador é quando você consegue derrubá-los, mas eles levantam logo depois…
Ambientação
Resident Evil 7 traz uma ótima ambientação, que lembra muito a que víamos nos primeiros jogos da franquia. Aliás, muitas referências permanecem: A casa, as portas trancadas com chaves emblemáticas, os quebra-cabeças, a munição escassa, a erva, entre várias outras coisas.
Mas não é só isso que faz o jogo ser um Resident Evil, pois o conjunto tem que funcionar de forma competente, e a Capcom consegue trazer isso num jogo fluido, tenso e assustador. Não pelos sustos, mas pela sinergia que todos esses itens conseguem ter para trazer a ambientação proposta.
Outro ponto que ajuda muito na ambientação e imersão, é a visão em primeira pessoa, novidade na franquia. E funciona muito bem.
E, como não poderia faltar em um Resident Evil, temos chefes gigantes.
Referências
Se você conhece outros jogos de terror, vai notar que não são apenas referências à própria franquia que aparecem. Tenho certeza que James Sunderland aconselharia Ethan a não ir a Louisiana. Michael Becket, por sua vez, descarregaria a munição de metralhadora em Eveline na primeira oportunidade. E não podemos esquecer de Miles Upshur, que no mínimo sentiria seu coração disparar ao ver Ethan passar por um local estreito.
Mesmo com essas referências que muitos apontam como defeito, não diminui o brilho que Resident Evil conseguiu ter por conta própria.
Conclusão
Resident Evil 7 não conseguiu agradar todos os fãs da franquia, e jamais conseguirá (veja o mediano Resident Evil 6). Mas, a Capcom conseguiu colocar sua franquia de volta ao que ela considera como survival horror.
Se você não viveu na época do lançamento de Resident Evil 1 e 2, mas gostou de Resident Evil VII – Biohazard, e espera que os próximos sigam por esse caminho, só posso dizer uma coisa: Welcome to the family, son!
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