welcome to hanwell capa

Welcome to Hanwell (2017) – Resenha

Com um mundo aberto e história fechada, Welcome to Hanwell é um bom passatempo, mas não fica fora da curva.

 

Antes de começar, ambiente-se um pouco, vendo o trailer!

 

Welcome to Hanwell – História

Você começa a história saindo de, bem…uma gaveta num necrotério. Sem muito mais informações, seu objetivo é tentar sair de onde está, e descobrir o que está acontecendo. Áudios em gravadores e telefones te dão informações em doses homeopáticas, o que, apesar de tudo, é bom. O cenário nada animador se une a algumas gravações, informando sobre uma cobaia, que apresentou alterações corporais importantes, mas que aumentou sua raiva.

Já é um pano de fundo suficiente para todo fã de terror saber que você já está em perigo.

Gaveta do necrotério
Você começa o jogo em uma gaveta de necrotério. Espera algo bom daí?

 

Como todo jogo que se preza, você realmente não sabe nada no início, e a única coisa que precisa saber é como salvar sua própria vida. Não demora pra você encontrar o cidadão que foi mencionado nos áudios, e logo você percebe que a vida não vai ser nada fácil.

Inimigo levantando o personagem no ar
Não deixem esse maluco chegar perto de você!

 

Mas, conseguindo escapar do monstro doido que te persegue, você se encontra em uma cidade abandonada. Ou quase. Não demora muito para você descobrir que monstros (anomalias, como são chamadas no jogo) estão à solta, e querem seu sangue.

 

Objetivo

Seu objetivo, então, é tentar descobrir o que aconteceu na pequena cidade de Hanwell, enquanto escapa de seres malignos que te perseguem a quase todo instante. Você começa na casa do “Doutor”, pessoa aparentemente responsável por tudo que está acontecendo na cidade.

Nas gravações em sua residência, e em algumas notas soltas, podemos perceber que o Doutor foi longe demais. Começamos a entender que havia um conselho em Hanwell, e que eles estavam contra o Doutor. Isabelle Miller, a única pessoa da Zona capaz de entrar no Conselho, teve seu cartão de identificação quebrado em seis partes, e espalhadas entre os cidadãos mais proeminentes da cidade.

Como o Doutor disse nas gravações que ficaria dentro do prédio do Conselho, começa, então, sua busca pelas seis partes do cartão de Isabelle, para ter acesso ao Conselho, e ir atrás do Doutor.

 

Welcome to Hanwell – Evolução

Quando você realmente entra na cidade de Hanwell, encontra uma cidade fantasma. Carros espalhados pelas ruas, casas e lojas fechadas, e apenas alguns corpos perdidos pelo local. Fica evidente que a cidade foi evacuada, mas nem todo mundo conseguiu escapar.

Welcome to Hanwell, apesar de ter uma história fechada, e precisar ter as seis partes do cartão de Isabelle Miller para chegar ao Conselho, não te leva num caminho linear. Ele te dá, logo no início, todos os lugares onde as partes estão, mas, a ordem em que você vai busca-las é por sua conta. E um local não é exatamente perto do outro, em sua maioria. Portanto, você precisa explorar a cidade até chegar onde quer.

Mas não pense que há realmente um “mundo aberto” como estamos acostumados com outros jogos, como Skyrim, por exemplo, onde você pode esquecer a história principal e fazer apenas as missões secundárias, se quiser. No caso de Welcome to Hanwell, esta definição está apenas no fato de não precisar seguir uma sequência pré-determinada. Você pode encontrar locais abertos para explorar no meio da cidade, mas, servirá apenas para você conseguir juntas os itens colecionáveis do jogo, que servirão para destravar algumas coisas no futuro.

Maquete de Hanwell
Parece pequena na maquete, mas Hanwell leva um bom tempo pra ser percorrida!

A cidade

Tirando o passeio aberto pela cidade, os pontos principais a serem explorados pelo protagonista já estão definidos desde o início: Prisão, Igreja, Hospital, Escola e Estação de Energia Elétrica. São nestes locais que os pedaços do cartão de Isabelle Miller estão, e você precisa ir lá buscar.

E assim como já falamos no CriptaCast #02 – Nossos Medos , todo bom jogo de terror que se preze tem pelo menos um dos locais que citamos!

Mas não será um passeio tranquilo pelas ruas de Hanwell. De tempos em tempos, as anomalias (monstros) aparecem pela cidade, e tentam matá-lo a qualquer custo. Em uma clara homenagem a Silent Hill, toda vez que as sirenes da cidade tocarem, e seu rádio começar a soltar estática, prepare-se: anomalias estão bem perto. Não podemos esquecer da neblina também, presente em boa parte do jogo.

Quanto mais você junta os pedaços do cartão de Isabelle, mais da história você conhece. E os locais que você visita para isso te deixam tenso, e o jogo consegue te colocar num ambiente instigador e perturbador, que te deixa imaginando tudo de ruim que fizeram nessa cidade.

Hospital de Hanwell
Tem que ter um hospital…

Anomalias

As anomalias possuem características diferentes. Temos monstros que te atacam fisicamente, aranhas gigantes, também uma fumaça que te deixa sem a visão (te obrigando a apertar Espaço de tempos e tempos, pra ter uma visão simples de onde está), e uma garota com poderes de tele transporte, que lembra as várias garotas psíquicas que existes em vários jogos. Ela se tele transporta na sua frente, e te acerta com um soco, jogando você longe, o que dá bastante dano.

Não contente em serem perigosos por si só, algumas vezes as anomalias vem em conjunto. Diversas vezes me deparei cego, fugindo de duas garotas e mais duas criaturas me perseguindo.

 

Anomalias atacando
É, é triste. É assim que você morre em Hanwell…

 

Combate

O combate é simples. Você encontra espalhado pela cidade diversas armas, desde uma frigideira até uma espada. É com elas que você enfrenta as anomalias. O botão direito do mouse serve para aparar os ataques dos inimigos, enquanto o botão esquerdo serve para atacar. Não é difícil matar as anomalias, mas algumas precisam de um certo jeito, senão você morre fácil.

E na maioria das construções é proibido entrar com armas. Ou você joga a arma no chão para entrar, ou simplesmente não entra. A escolha é sua.

 

Gráficos

Usando a poderosa engine Unreal 4, o jogo possui ambientações bem trabalhadas, ao passo que, como calcanhar de Aquiles dos jogos indies, a modelagem dos monstros e personagens não são tão detalhados, o que destoa um pouco do cenário bem trabalhado. Mas é perfeitamente perdoável para uma equipe pequena de desenvolvedores.

O jogo possui o ciclo de dia e noite, e também mudança climática. Você se depara com um dia limpo, e uma noite tempestuosa, com a chuva e as trovoadas judiando de quem estiver do lado de fora.

Cenário de Hanwell
Tirando os modelos “vivos”, o jogo possui gráficos bonitos e trabalhados.

 

Os problemas

Apesar de ter uma ambientação interessante, um bom senso de exploração, e cenas que te fazem querer ir para a próxima construção aberta, Welcome to Hanwell possui seus problemas. E não são poucos.

A começar pela própria história. Tudo que foi construído durante a narrativa do jogo se perde em seus “finalmentes”. Não darei spoilers, mas, infelizmente as passagens finais do jogo acabam sendo bastante decepcionantes, após tudo que sofremos para chegar ao Conselho.

Falando em sofrimento, o jogo também não perdoa em alguns momentos, especialmente ao aparecer várias anomalias ao mesmo tempo. Provavelmente é um bug, pois em alguns momentos simplesmente não aparecia nenhuma arma no chão! Isso fazia com que os inimigos se acumulassem atrás de mim, e eu ficava vários minutos correndo, fugindo e escapando, sem nenhuma chance de defesa, até que era finalmente morto por eles. Frustrante é pouco.

 

Mais problemas

Fora isso, a música acaba tocando em momentos inoportunos, onde o silêncio seria bem melhor aproveitado para a tensão. Em um momento de provável bug, uma música tensa ficou tocando por dez minutos sem parar, sem monstros nem nada para justificar. E só parou porque saí do jogo e reiniciei de novo, tamanho desconforto que a música ininterrupta estava causando.

Outro ponto é a tensão, que acaba perdendo em alguns pontos. Sem poder entrar com armas em algumas construções, você acaba sabendo que as coisas que ocorrem servirão apenas para assustar, já que não há uma forma sensata de escapar, sem uma arma. Mas essa sensação acaba passando após alguns apuros que passamos em algumas localidades.

 

Conselho de Hanwell Entrada
Depois de muitos sustos e muita raiva, finalmente o Conselho!

 

Welcome to Hanwell – Conclusão

Welcome to Hanwell tem seus altos e baixos como um jogo. Bons gráficos, momentos tensos e uma ambientação bastante assustadora são quase vencidos por um clímax raso e bugs irritantes. Fora o “mundo aberto” que, após completar o jogo, não te faz querer explorar muito mais, pois o ganho não compensa o sacrifício. A menos que você tenha gostado mesmo de andar pela cidade, sem local certo para ir, e enfrentar as anomalias.

Fora isso, não há grandes razões para explorar tudo, e juntar todos os colecionáveis.

No final, temos um jogo que, apesar de não ser memorável, vale a pena gastar algumas horas. Momentos de susto e de tensão estão garantidos. E, claro, de irritação também.

Recomendável obter o jogo em alguma promoção!

 

Você pode obter mais informações através da página oficial do jogo.

Se desejar adquirir, pode comprá-lo no Steam.

 

Seus medos estão nas sombras!

About Fernando Lobo

Fã de jogos de Terror desde que colocou as mãos em uma cópia de Resident Evil, no Sega Saturn, em 1996. Consumidor frequente de literatura de terror e ficção, busca sempre novos autores neste nicho. Jogo preferido: Silent Hill 2. Livro preferido: O Iluminado.